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O Peso Invisível da Carga Tributária: Quando o cidadão vira refém do próprio Estado

  • Foto do escritor: Jean Hoffmann
    Jean Hoffmann
  • 11 de jun.
  • 2 min de leitura
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No Brasil, trabalhar de forma formal tem um preço alto — e silenciosamente impiedoso. Um salário bruto de R$ 10 mil por mês, ao longo de um ano, gera cerca de R$ 8.300,00 em imposto de renda pago diretamente pelo trabalhador. Parece muito? Pois saiba que a empresa que o emprega desembolsa mais de R$ 40 mil em encargos para manter esse colaborador. Ou seja, o custo real de R$ 120 mil em salários vira mais de R$ 170 mil — e quase R$ 50 mil desaparecem em tributos diretos sobre o trabalho.


Esse valor sequer considera os impostos embutidos no consumo, no lucro das empresas ou no patrimônio. Também não leva em conta as contribuições “disfarçadas” em contas de energia, combustível, telecomunicações. É um sistema que não só pune a produtividade — como o faz de maneira opaca, lenta e muitas vezes indecifrável. E mesmo com essa receita monumental, ainda se cogita criar novos tributos, como a famigerada “contribuição sobre grandes fortunas” (que muitas vezes mira a classe média endividada), ou o aumento de impostos sobre serviços digitais e financeiros. Tudo isso enquanto o retorno ao cidadão em saúde, segurança, transporte e educação é frequentemente precário — ou privatizado por necessidade.


Mais do que uma questão contábil, isso é um debate democrático. Um Estado que tributa excessivamente seu povo, sem retorno proporcional, desequilibra a balança entre direito e dever. O imposto deixa de ser instrumento de justiça social e passa a ser um mecanismo de manutenção de castas políticas e burocracias inchadas.

O problema do Brasil não é a falta de arrecadação. É a falta de responsabilidade com o que já se arrecada.


📊 Arrecadação sobre a folha de pagamento


Segundo estimativas recentes, o governo arrecadou cerca de R$ 685 bilhões em 2024 apenas com tributos vinculados à Previdência Social, que têm como base principal a folha de pagamento das empresas. Isso inclui INSS patronal, contribuições para terceiros (como Sistema S), e outras obrigações trabalhistas. É uma das maiores fontes de receita do Estado — e recai diretamente sobre a formalização do trabalho.


💰 Arrecadação com Imposto de Renda


Já o Imposto de Renda (pessoa física e jurídica) gerou uma arrecadação de aproximadamente R$ 695,7 bilhões em 2023, superando inclusive a previsão inicial do governo. Isso mostra que o contribuinte brasileiro — seja trabalhador ou empresário — já sustenta uma fatia significativa da máquina pública.


Esses dois blocos somam mais de R$ 1,3 trilhão por ano, e ainda assim se discute aumentar tributos ou criar novos. Fica difícil defender que o problema seja falta de arrecadação, né?


O debate sobre a carga tributária no Brasil precisa ser conduzido com profundidade, transparência e responsabilidade. Não dá mais para aceitar discursos simplistas que pedem mais impostos sem encarar o essencial: como o dinheiro público é utilizado. A sociedade brasileira já faz a sua parte — e com folga. Cabe agora ao Estado fazer a sua.


Se quisermos um país que valorize o trabalho, incentive o investimento e promova justiça social real, o ponto de partida é claro: um pacto sério pela eficiência e pela transparência na gestão pública, em vez de transferir continuamente a conta para o cidadão.



Fonte - sites: Gov - Receita Federal; Gov - Portal da Transparência


Texto compilado utilizando a IA da Microsoft Copilot.


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