top of page

A Influência que Custa Caro: Como os Influenciadores Digitais Afetam Sua Vida Financeira

  • Foto do escritor: Jean Hoffmann
    Jean Hoffmann
  • 29 de jul.
  • 6 min de leitura
ree

📲 Uma reflexão inicial: A sua última compra, você comprou porque quis... ou porque te influenciaram a comprar?


Em um mundo onde o “arrasta pra cima” virou comando de compra, é hora de perguntar: quem está no controle da sua carteira?   A cada rolagem de feed, somos bombardeados por estilos de vida perfeitos, produtos milagrosos e promessas de riqueza fácil. Influenciadores digitais deixaram de ser apenas criadores de conteúdo — hoje, são vendedores de sonhos, e muitos desses sonhos vêm com boleto incluso.

Segundo pesquisa da USP, 40% dos consumidores brasileiros já compraram algo por influência direta de um influenciador digital. Mas será que essa influência é sempre positiva?


1. O Fenômeno da Influência Disfarçada


O marketing de influência tomou o lugar da publicidade tradicional com uma sutileza quase imperceptível. A propaganda antes reconhecível, marcada por jingles e comerciais explícitos, agora se camufla em conselhos pessoais, vídeos descontraídos e posts que parecem simples compartilhamentos de rotina. Influenciadores como Thiago Nigro (Primo Rico) e Nathalia Arcuri (Me Poupe!) se tornaram referências em finanças, misturando conteúdo educativo com estratégias comerciais. Não é raro vê-los recomendando plataformas, produtos ou cursos — alguns com grande valor informativo, outros claramente vinculados a campanhas publicitárias.

E aqui reside o verdadeiro risco: o seguidor, envolvido por uma linguagem íntima e uma aura de autenticidade, muitas vezes não percebe que está sendo conduzido a uma decisão de consumo. Quando a recomendação soa espontânea, sem sinalização clara de publicidade, ela conquista mais facilmente — e também coloca o consumidor numa posição vulnerável. O que parecia um conselho de amigo pode, na verdade, ser uma ação comercial bem roteirizada. E essa linha tênue entre opinião e propaganda, quando cruzada sem transparência, é justamente o que transforma influência em manipulação.

A consequência é mais profunda do que imaginamos. Não se trata apenas de comprar um produto — trata-se de confiar, de construir hábitos financeiros baseados em percepções que não foram questionadas. E é nesse ponto que a influência se torna disfarce, e o impacto, maior do que se imagina.


2. Psicologia do Consumo: Por que caímos nessa?


Não caímos na influência digital por ingenuidade — caímos porque somos humanos. E seres humanos são movidos por emoção, pertencimento e validação. O marketing de influência domina justamente esses gatilhos: o desejo de fazer parte, de ser visto, de seguir quem “sabe o que está falando”. Basta um story bem posicionado ou um vídeo de rotina sofisticada para disparar a vontade de consumir, não pelo produto em si, mas pelo estilo de vida que ele representa.

Funciona porque ativa o que há de mais íntimo no comportamento: o senso de grupo. Se aquele influenciador tem, se todo mundo está usando, se parece bom, então não querer fica quase irracional. Afinal, ninguém quer ser o “de fora”. E quando esse comportamento é reforçado por uma aura de autoridade — alguém que fala com convicção, com números e gráficos — a resistência se dissolve. “Ele entende, então deve estar certo.” A lógica dá lugar à emoção, e a compra se torna um gesto de pertencimento.

O problema se agrava quando os algoritmos entram em cena. Eles alimentam essa ilusão mostrando apenas o que confirma suas crenças e desejos, criando uma espécie de bolha de consumo personalizada. Dentro dela, o influenciador se torna guru — mesmo sem formação técnica, sem compromisso com a consequência do conselho que dá. Seus seguidores o veem como referência, não como comerciante.

Esse ciclo é silencioso e eficaz. E quando nos damos conta, já estamos vivendo conforme a vitrine dos outros — comprando para parecer, acreditando sem questionar, gastando por espelho emocional. O consumo não é mais escolha consciente. É reflexo.


3. O Custo Invisível: Quando o Like Vira Dívida


A promessa de riqueza fácil é uma das mais sedutoras — e também uma das mais perigosas. Influenciadores digitais que vendem cursos, e-books e fórmulas mágicas para “ficar rico rápido” muitas vezes lucram com a esperança alheia. O discurso é sempre o mesmo: “Se eu consegui, você também consegue”. Mas o que está por trás dessa narrativa é um mercado de ilusões, onde o like vira dívida e o sonho de prosperar se transforma em frustração.

Cuidado. São os influenciadores que são os únicos a ficarem ricos com a fórmula de sucesso que tanto vendem.
Cuidado. São os influenciadores que são os únicos a ficarem ricos com a fórmula de sucesso que tanto vendem.

Enquanto nomes como Murilo Duarte (Favelado Investidor) seguem uma linha educativa e comprometida com a realidade financeira da periferia, outros influenciadores têm sido alvo de investigações e denúncias por práticas abusivas e fraudulentas. Em abril de 2025, a Operação Falsas Promessas 2, da Polícia Civil da Bahia, prendeu quatro influenciadores digitais — entre eles Franklin Reis, Ramhon Dias, Tchaca e Nanan — por envolvimento em esquemas de rifas ilegais e lavagem de dinheiro. O grupo manipulava resultados, usava CPFs de terceiros e movimentava milhões de reais em contas pessoais. Só Franklin, por exemplo, teve transações suspeitas que somam mais de R$ 6,3 milhões.

Outro caso que chamou atenção foi o do casal de influenciadoras Carlliana Leite e Erica Melo, investigadas na Operação Vegas por promoverem jogos ilegais como o “Jogo do Tigrinho” e movimentarem valores vultuosos convertidos em criptomoedas. Elas ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais, incluindo a compra de um Porsche avaliado em mais de R$ 1 milhão — enquanto vítimas, como uma aposentada de Canoas, eram ludibriadas a depositar R$ 40 mil em um falso escritório de investimentos.

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) também já aplicou multas a influenciadores por recomendarem ativos sem autorização ou qualificação técnica. Em 2023, a autarquia abriu consulta pública para discutir regras mais claras sobre a atuação desses perfis no mercado financeiro, justamente para evitar que a influência digital se transforme em instrumento de manipulação e prejuízo3.


📌 A reflexão aqui é dura, mas necessária: o custo não está apenas no dinheiro perdido — está na confiança traída, na dívida emocional e na desilusão com a própria capacidade de prosperar. Quando a influência é mal usada, ela não apenas sabota sonhos — ela os vende embalados em promessas vazias.


4. Senso Crítico: Como se proteger de "más" influências?


Se proteger da influência disfarçada exige mais do que atenção — exige consciência. O senso crítico se torna ferramenta essencial num mundo em que a persuasão veste roupa de conselho. Desconfiar deixou de ser paranoia e passou a ser prudência. Porque se fosse realmente simples ficar rico com um curso de três módulos e um PDF mal diagramado, estaríamos todos milionários, e não seguidores frustrados.

A primeira linha de defesa é identificar o que é publicidade. O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) exige que conteúdos patrocinados sejam sinalizados — mas nem todo influenciador respeita essa regra. Muitos mascaram anúncios com opiniões, e o seguidor, envolvido pela narrativa, acaba comprando sem saber que estava sendo vendido.

A segunda é buscar consistência: quem está te aconselhando tem base? Tem formação, certificação, experiência real no que propaga? Ou está apenas repetindo frases de impacto, empacotadas para vender? Uma recomendação com embasamento cita dados, estudos, estatísticas, e assume responsabilidade pelo que indica. O influenciador sério sabe que não basta parecer honesto — é preciso ser.

A terceira, e talvez mais importante, é entender que educação financeira é um caminho contínuo, e não um atalho. Seguir um perfil é fácil. Estudar, questionar, errar e aprender de verdade exige esforço. Mas é justamente esse processo que constrói liberdade financeira duradoura — não a promessa reluzente de um vídeo viral.

E se, ao final dessa leitura, ainda houver dúvidas sobre o papel dos influenciadores na sua vida econômica, fica aqui o alerta final:

Talvez você esteja seguindo mais vitrines do que consciência. Talvez o seu dinheiro esteja sendo usado para turbinar promessas alheias, enquanto você coleciona boletos e arrependimentos.


Pare de acreditar em quem lucra com a sua ingenuidade.   Influenciadores ganham com cliques, com cada curso vendido, com cada produto que você compra no impulso.


Você não é menos inteligente — só está distraído. Acorda. Seu dinheiro vale mais do que a ilusão de estar no caminho certo porque alguém disse que “é só começar”.

A liberdade que você procura não está no perfil que você segue. Está no pensamento que você decide desenvolver.









.....Este conteúdo foi desenvolvido com o apoio da inteligência artificial Copilot, da Microsoft, combinando tecnologia e curadoria humana para entregar informação de qualidade.

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page