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Os 5 maiores erros que levam os pequenos empresários a falência.

  • Foto do escritor: Jean Hoffmann
    Jean Hoffmann
  • 8 de abr.
  • 11 min de leitura

Atualizado: 27 de mai.


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Os Erros Fatais Que Podem Levar Seu Negócio à Falência – Evite Essas Armadilhas!


Empreender é um sonho compartilhado por muitos, mas, para transformá-lo em realidade sustentável, é crucial reconhecer os desafios e aprendizados que acompanham o caminho. Durante meus 25 anos de experiência profissional, incluindo 15 anos no sistema bancário, desses 10 como gerente, tive o privilégio de acompanhar tantas histórias de sucesso quanto de fracassos empresariais. Cada trajetória deixou lições marcantes e impactou minha própria jornada como empresário.


Este artigo é uma reflexão sobre os erros mais recorrentes que presenciei no mundo dos pequenos negócios. A partir dessas vivências, identifiquei cinco erros cruciais que podem transformar o sonho de empreender em um pesadelo. Aqui, compartilho essas valiosas lições, não só para prevenir falhas, mas para inspirar uma nova geração de empresários a prosperarem com sabedoria e foco.


Acompanhar o crescimento das empresas sempre foi uma grande satisfação para mim. 


Não apenas os negócios que prosperaram chamaram minha atenção, mas também aqueles que enfrentaram dificuldades e fracassaram. Cada caso, seja de sucesso ou de insucesso, trouxe aprendizados valiosos. Entre esses, vou compartilhar o exemplo da falência da empresa do meu pai, que foi uma experiência marcante. Nesse contexto, identifiquei os principais erros que podem transformar o sonho de empreender no maior pesadelo.


As influências de pessoas bem sucedidas têm o poder de afetar uma pessoa, seja de forma positiva ou negativa, quanto mais o empreendimento, quando a empresa necessita exclusivamente do empreendedor para sobreviver.


Durante minha trajetória como colaborador de empresas e sistema financeiro, presenciei inúmeras histórias de sucesso e de fracasso empresarial. Cada uma delas foi determinante para minha forma de administrar, pois me ensinaram os dois lados da moeda: o sucesso e o fracasso. Essas lições me motivaram a empreender. Sempre acreditei na minha capacidade de criar um negócio e fazê-lo prosperar. Hoje posso dizer que estou no caminho certo, mas reconheço: não é fácil. Manter uma empresa autossustentável e, ao mesmo tempo, prover para a família que dela depende requer disciplina e foco.


Ao longo da minha carreira, sempre apreciei a administração e a gestão empresarial: organizar setores, analisar números, desenvolver estratégias, estipular metas, entre outras ações. Contudo, no universo do pequeno empresário, a realidade é bem diferente. Não é possível se restringir às funções de análise e planejamento, deixando de lado o principal: vender.


Ao longo da minha vida enfrentei problemas de autoestima, acreditando que não seria capaz de criar meu próprio negócio. Creio que essa crença é devido das experiências de infância e me apeguei apenas aos exemplos de fracassos que observei, sendo o maior deles a história de meu pai. Ele tinha tudo para ser um mecânico de sucesso, fabricando baterias automotivas de alta qualidade, mas cometeu muitos erros, o que resultou no fechamento de sua empresa.


Entre os erros cometidos, um dos mais graves foi negligenciar o cliente. Ele não priorizava os clientes, relegando-os ao segundo plano. Se um cliente procura por você, é porque precisa solucionar um problema – e isso é uma dádiva, pois significa que você é bom no que faz. Entretanto, é essencial atendê-lo naquele momento, já que talvez não haja uma segunda oportunidade. Quando meu pai falhou em estar presente para seus clientes, eles começaram a procurar a concorrência.


Lembro-me disso com dor, pois, na época, eu era muito jovem para intervir. Não me senti incentivado a seguir seus passos, o que me fez perder o interesse pelo negócio. Olhando para trás, percebo que isso criou um bloqueio em mim, que durou por muito tempo.


Em maio de 2013, dei um grande passo: pedi demissão da empresa onde trabalhava havia 10 anos. O passado serve para dois propósitos fundamentais:

1) Refletir sobre os erros cometidos e buscar evitá-los no futuro;

2) Analisar os acertos para aprender como podemos aprimorá-los.


Esses aprendizados, no entanto, não precisam ser apenas fruto de nossas próprias experiências. Muitas vezes, a melhor lição vem dos erros e acertos de outros empresários, que já trilharam boa parte do caminho que almejamos percorrer.

Os americanos, por exemplo, são mestres na arte da comparação, da análise comportamental e do estudo de casos – conhecido como benchmarking. Essa prática consiste em comparar ações e resultados dentro de um mesmo ambiente. Por isso, antes de abrir sua "padaria", é essencial visitar o maior número possível de padarias e analisar cada uma delas. Faça um levantamento dos pontos positivos e negativos, avalie o atendimento, compre alguns produtos, pão e bolo, ligue para algumas delas para fazer uma encomenda e analise os prós e contras. Pergunte ao atendente os horários de maior movimento, ao padeiro qual é o melhor trigo e ao caixa qual é o produto mais vendido. Essa vivência prática com a concorrência é a melhor forma de construir uma base sólida para administrar sua empresa.


Os 5 principais erros cometidos por pequenos empresários   (E como evitá-los para garantir o sucesso do seu negócio)


Os erros que apresento aqui não foram retirados de estatísticas nacionais ou internacionais. São fruto da minha vivência ao longo de 25 anos de experiência profissional. Presenciei cada um dos cinco erros fatais que conduziram empresários às mais diversas adversidades: dívidas impagáveis, falência, divórcios e até problemas fiscais e trabalhistas, entre outros desafios.


Vale lembrar que até mesmo empresários de sucesso hoje cometeram erros no passado. A diferença crucial está em perceber essas falhas a tempo e corrigi-las. A maior lição que aprendi é que o problema não está em cometer erros, mas em insistir neles.


Pensando nisso, organizei os cinco erros de forma regressiva – dos menos fatais aos mais graves – para ajudar você a identificá-los e evitá-los. Vamos lá:


Erro nº 5: Não ter controle


A falta de controle sobre os números da empresa é um erro que pode ocorrer no início do negócio, mas precisa ser corrigido o mais rápido possível. Informações como custos, fluxo de caixa, produtos mais vendidos, sazonalidades e períodos de maior demanda são fundamentais para a gestão. Ignorar esses dados significa navegar às cegas.

Muitos empresários focam apenas em vender mais, acreditando que a quantidade de vendas é o que traz lucro. No entanto, o que realmente importa é vender os produtos com maior margem de lucro.


Exemplo prático:   Imagine uma padaria que vende dois tipos de bolos: o bolo seco, simples e de baixo custo, e o bolo enfeitado, mais sofisticado e caro de produzir. Sem controle sobre os números, o empresário pode priorizar a produção do bolo enfeitado devido ao volume de vendas, sem perceber que o bolo seco oferece uma margem de lucro maior.


Quando analisamos os números:

  • Venda de bolo seco: 300 unidades a R$ 10,00 cada = R$ 3.000,00 de receita; custo total de R$ 1.500,00; lucro de R$ 1.500,00.

  • Venda de bolo enfeitado: 400 unidades a R$ 12,00 cada = R$ 4.800,00 de receita; custo total de R$ 3.600,00; lucro de R$ 1.200,00.


Embora o bolo enfeitado venda mais, ele exige maior esforço e gera menos lucro. Ter controle sobre esses dados permite ao empresário tomar decisões mais estratégicas e concentrar esforços no que realmente traz resultados. A falta de controle, se não corrigida a tempo, pode gerar problemas sérios, como custos mal calculados, fluxo de caixa desorganizado e, no pior cenário, insolvência.


Erro nº 4: Falta de Planejamento


A falta de planejamento estratégico é um erro comum entre pequenos empresários, especialmente no início do negócio, quando imprevistos podem surgir. Embora seja mais associado às grandes corporações, o planejamento é essencial também para os pequenos negócios. Ele não precisa ser um documento rígido ou complexo, mas sim um guia estratégico que antecipe problemas e prepare a empresa para situações futuras.


Planejar é prever e agir estrategicamente, isso inclui criar visões claras sobre como a empresa irá atuar em determinadas circunstâncias para atingir seus objetivos. Por exemplo, imagine um padeiro que identificou os produtos mais lucrativos e percebeu que existem datas específicas em que as vendas aumentam, como Dia das Mães, Natal ou eventos locais. Com essas informações, ele pode se preparar para dias festivos, organizando a produção e garantindo que tanto os pedidos especiais quanto os produtos regulares estejam disponíveis.


Ter um planejamento sincronizado:   Manter os itens de maior venda e incluir os produtos sazonais deve ter uma programação, sem planejamento isso se tornará um caos. O padeiro não pode abandonar a produção de bolos regulares para atender apenas os pedidos especiais; tudo precisa estar organizado e funcionando em harmonia.


Empresas maiores realizam planos considerando fatores e circunstâncias ainda incertas, como mudanças legislativas, benefícios fiscais, novos concorrentes ou até alterações na infraestrutura, como rotas de rodovias. Para um pequeno empresário, um planejamento inicial pode ser feito em períodos mais curtos, como um ano, até que ele adquira maior conhecimento sobre os fatores determinantes do seu modelo de negócio.


O impacto da falta de planejamento:   Imagine o caso de alguém que queira empreender e decide montar uma padaria, por muitos anos observou que não havia nenhuma padaria ou mercearia próxima a sua casa. Animado, ele decide abrir uma padaria no início da rua. Contudo, sem qualquer planejamento, ele apenas decide um mix de produtos sem qualquer estudo de mercado, decide colocar bolos todos os dias, concentrando-se no bolo enfeitado (mais vendido) e negligenciando o bolo seco (mais lucrativo). Por algum tempo, tudo parece funcionar, até que ele começa a notar que bolos estão sobrando em quantidade cada vez maior.


Ao investigar o motivo da queda no movimento, ele descobre que a prefeitura mudou as rotas de acesso ao bairro, criando novas vias que desviaram grande parte dos clientes. Sem estar atento às mudanças no entorno e sem um plano de contingência, o padeiro se viu em um cenário desafiador.


Erro nº 3: Esperar o cliente cair do céu


Um erro muito comum entre comerciantes e profissionais liberais é acreditar que seus produtos serão naturalmente comprados, sem esforço algum. Muitos deixam de investir em estratégias básicas, como criar uma vitrine atrativa, enviar folders de seus serviços ou usar ferramentas modernas para conquistar novos clientes.


Vamos ao exemplo da Padaria do Joaquim:   Você passa pela padaria, a porta está aberta, é fim de tarde e ainda há luz do dia. Porém, lá dentro as luzes estão apagadas para economizar energia. Ao entrar, você é recebido por alguém atrás do balcão que espia e grita: “O que era pra ti?”. Nada convidativo, certo?


Nos dias atuais, o marketing digital oferece soluções práticas e acessíveis para pequenos empresários promoverem seus negócios. Campanhas em redes sociais, por exemplo, podem ser extremamente eficazes (desde que sejam bem feitas). Publicar fotos de bolos irresistíveis, compartilhar receitas e interagir com seguidores são iniciativas mínimas que um empresário deve adotar para atrair e fidelizar clientes.


Mas atenção!   Ferramentas como redes sociais, WhatsApp, Messenger e Skype não são apenas canais de divulgação – são também plataformas de atendimento ao cliente. Realizar uma publicação e ignorar os comentários dos seguidores pode manchar sua reputação. Atender bem e interagir de forma genuína em qualquer canal é primordial para o sucesso do negócio.


Exemplo prático:   Imagine a venda de bolos via WhatsApp. Você envia fotos dos produtos aos seus contatos, e os pedidos começam a chegar. As encomendas não apenas garantem uma produção mais eficiente, mas também permitem que você organize os horários de retirada, evitando desperdícios. Lembre-se de usar uma agenda, seja eletrônica ou física, para registrar tudo.


Inovar é essencial:   A crise econômica atual deixou os consumidores mais seletivos sobre como gastam seu dinheiro. Por isso, a criatividade no marketing e a transparência sobre os produtos se tornaram indispensáveis. Hoje em dia, os clientes não precisam comprar para experimentar – eles buscam opiniões e avaliações antes de tomar decisões. Portanto, é crucial oferecer uma experiência única que os atraia.


A Padaria do Joaquim aprendeu muito com seus erros. Após sofrer diversos desafios, Joaquim criou um perfil nas redes sociais para divulgar seus bolos. Aos poucos, as vendas começaram a aumentar. Uma internauta, influenciada pelos elogios de uma amiga aos produtos, decidiu conferir o famoso bolo da padaria. E assim, Joaquim ganhou mais um cliente fiel e começou finalmente a prosperar.


Erro nº 2: "Pode deixar, eu conheço o mercado"


A soberba e a arrogância, caracterizadas pela ideia de que se sabe tudo e não há necessidade de mudar, são extremamente perigosas para qualquer negócio. Frases como “Eu sei como se faz, ninguém precisa me dizer” ou “Sempre foi feito assim, pra que mudar agora” refletem uma atitude que pode ser fatal. Reconhecer suas limitações como empresário é essencial para identificar pessoas ou equipes que possam complementar sua gestão.


Vivemos na era dourada da informação, em que tudo está ao nosso alcance na internet. Com uma pesquisa, você consegue descobrir quem são seus concorrentes, onde estão localizados, o tamanho de suas operações, o layout de suas lojas e até mesmo informações sobre suas equipes. Ficar alheio a essas possibilidades, por puro orgulho ou desinteresse, é um sinal de soberba – e isso pode levar sua empresa à ruína.


Exemplo prático: A Padaria do Joaquim   A Padaria do Joaquim, ao longo do tempo, evoluiu muito. Com a criação de um perfil em redes sociais e um canal de vendas via WhatsApp, Joaquim modernizou parte do negócio. No entanto, à medida que a empresa cresceu, ele se viu sobrecarregado com tarefas diárias, o que limitou sua capacidade de administrar tudo com eficiência. O maior entrave de Joaquim foi não confiar em outra pessoa – nem mesmo na família – para delegar responsabilidades. Ao tentar assumir todas as funções sozinho, ele começou a comprometer a qualidade de sua gestão e a perder o controle de aspectos fundamentais do negócio.


A solução:   Joaquim precisa focar nas áreas em que ele realmente se destaca e gosta de atuar, como o planejamento estratégico e o relacionamento com os clientes. As demais funções devem ser delegadas a pessoas de confiança dentro da equipe. Com isso, ele poderá dedicar mais tempo à supervisão dos setores e ao desenvolvimento de estratégias para cada área.


Delegar não é sinal de fraqueza, mas sim de inteligência. Trabalhar em equipe e confiar nos colaboradores são práticas essenciais para que o negócio prospere. A arrogância de querer fazer tudo sozinho pode ser o diagnóstico final para o fracasso.


Erro nº 1: Falta de Foco no Negócio


A falta de foco é o mais perigoso de todos os erros, um verdadeiro pecado mortal no universo empresarial. Ela pode ser observada de duas maneiras: na distração em relação ao negócio principal e na dispersão dos esforços em novas iniciativas sem planejamento adequado.


Primeiro cenário:   Esse foi o erro fatal cometido pelo meu pai, que, apesar de ser um homem generoso e atencioso com os amigos e a família, negligenciou sua empresa. Para ajudar um amigo, ele deixava seu negócio de lado, atendendo aos pedidos pessoais, como levá-lo até o sítio. Enquanto isso, os clientes não esperavam – procuravam a concorrência. Clientes não entendem bondade, mas sim eficiência e compromisso. Minha maior lição aqui é que, mesmo com as melhores intenções, dizer "não" quando necessário pode salvar o negócio.


Dizer "não" não é um ato de frieza, mas de prioridade. Um simples: "Agora não posso, mas estarei disponível após o horário comercial" poderia ter preservado a confiança dos clientes e o foco no negócio.


Segundo cenário:   A falta de foco também pode surgir na tentativa de expandir de forma desorganizada. Vamos ao exemplo do Joaquim. Após delegar responsabilidades e ter mais tempo para pensar, ele decidiu experimentar algo completamente fora do modelo de negócio principal: vender roupas junto à padaria, sem realizar pesquisas ou consultar sua equipe.


Embora expansão seja algo saudável e necessário, fazê-lo sem planejamento pode diluir a força do negócio principal. Uma nova linha de produtos ou um novo empreendimento exige estratégias próprias, uma equipe dedicada e um posicionamento claro no mercado. Perder o foco é comprometer não apenas a identidade da empresa, mas também sua rentabilidade e credibilidade junto aos clientes.


Depois de todas estas lições, podemos dizer que os cinco erros mais cruciais cometidos por pequenos empresários tem uma mensagem clara: o sucesso no empreendedorismo exige mais do que boas ideias ou vontade de vencer. Ele depende de gestão consciente, planejamento estratégico, humildade para aprender, proatividade em vender e, principalmente, foco no que realmente importa.


A falta de controle sobre os números, a ausência de planejamento, a espera passiva por clientes, o orgulho de acreditar que se sabe tudo e a falta de foco são armadilhas que podem levar qualquer negócio à ruína. Cada erro ilustrado ao longo do texto, com exemplos práticos e reais, reforça a importância de aprender com os próprios passos e com as histórias de outros.


Empreender é um ato de equilíbrio. Reconhecer limitações e delegar responsabilidades são sinais de sabedoria, não de fraqueza. Criatividade e inovação, quando combinadas com foco e disciplina, podem transformar desafios em oportunidades.


Que este guia sirva como um mapa para evitar essas armadilhas e construir uma trajetória sólida e de sucesso. Lembre-se: mais importante do que nunca errar, é aprender, corrigir o curso e continuar avançando com dedicação.

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