Os 10 itens mais vendidos no varejo brasileiro.
- Jean Hoffmann

- 4 de abr.
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Atualizado: 14 de mai.

TARIFAÇO do Trump não é pior que as políticas tributárias brasileiras.
Ao analisarmos os 10 produtos mais vendidos no varejo brasileiro, fica evidente que mais de metade dos bens consumidos têm origem importada. Essa realidade desmonta discursos simplistas sobre medidas protecionistas ou retaliações comerciais, pois, ao final, quem realmente arca com o peso dessas políticas é o consumidor. Recentemente, o tarifaço anunciado por Donald Trump, que impôs uma taxa de 10% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, trouxe à tona debates sobre reciprocidade comercial e os impactos dessas medidas na economia global. No entanto, é importante lembrar que o consumidor brasileiro já enfrenta uma das cargas tributárias mais altas do mundo, que impacta diretamente o preço final dos produtos no mercado.
No Brasil, os produtos importados já enfrentam uma dura realidade. De acordo com um relatório recente, aproximadamente 50% do consumo no Brasil é abastecido por produtos importados. Isso inclui tanto bens de consumo final quanto insumos utilizados na produção nacional. Essa alta dependência de importados reflete a integração do Brasil no mercado global e a demanda por produtos que não são fabricados localmente ou que possuem maior competitividade no exterior. Mesmo diante dessa dependência de produtos importados, a politica tributária não pega leve no Brasil, os impostos cobrados são significativos, que variam conforme a categoria e o uso dos itens. Entre os tributos mais comuns, destacam-se:
Imposto de Importação (II): Aplicado sobre o valor CIF (custo, seguro e frete), com alíquotas que vão de 10% a 35%.
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): Pode alcançar até 15%, dependendo da essencialidade do item.
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): Cobrado no momento da venda, com taxas que variam entre 12% e 20%, conforme o estado.
Essa complexa rede de tributos sobre os produtos importados reflete diretamente na competitividade, nos custos e na escolha do consumidor brasileiro.
As 10 categorias mais vendidas no varejo brasileiro são entre nacionais e importados.
Os dados mais recentes sobre os itens mais vendidos no varejo brasileiro são frequentemente divulgados por instituições como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por meio da Pesquisa Mensal de Comércio, e por plataformas de análise de mercado como a Trading Economics. Essas fontes analisam o comportamento do consumidor e as tendências de vendas no país, fornecendo informações detalhadas sobre o desempenho do varejo.
As 10 categorias mais vendidas são compostas por produtos nacionais e importados, e comprados na forma presencial ou online:
Vestuário e moda: Roupas, calçados e acessórios continuam liderando, especialmente nas compras online. Camisetas, tênis esportivos e óculos são os mais procurados. As lojas mais populares incluem Renner, C&A e Riachuelo, com vendas predominantemente online. A carga tributária média para essa categoria varia entre 34% e 40%.
Eletrônicos e tecnologia: Smartphones, notebooks, tablets e acessórios relacionados são altamente procurados. Marcas como iPhone e Galaxy lideram as vendas. Casas Bahia, Magazine Luiza e Amazon são os principais destinos, com uma forte presença online. A carga tributária média para eletrônicos pode chegar a 68%.
Eletrodomésticos: Itens como liquidificadores e airfryers são populares por sua praticidade. Lojas como Ponto, Fast Shop e Electrolux são muito procuradas, tanto presencialmente quanto online. A carga tributária média para eletrodomésticos varia entre 50% e 60%.
Produtos de beleza: Cosméticos e cuidados pessoais têm alta demanda. O Boticário, Natura e Sephora são marcas populares, com vendas tanto online quanto em lojas físicas. A carga tributária média para essa categoria é de 55% a 70%.
Alimentos e bebidas: Essenciais no dia a dia, lideram em supermercados como Carrefour, Extra e Pão de Açúcar, com vendas predominantemente presenciais. A carga tributária média varia entre 17% e 35%, dependendo do produto.
Livros: Tanto físicos quanto digitais são favoritos entre os consumidores. Livraria Cultura, Saraiva e Amazon são os principais destinos, com vendas online predominantes. Livros físicos têm isenção de impostos federais, mas podem ter ICMS dependendo do estado.
Produtos para pets: Itens como rações e acessórios para animais de estimação estão em alta. Cobasi, Petz e Petlove são as lojas mais procuradas, com vendas equilibradas entre online e presencial. A carga tributária média é de 30% a 40%.
Games: Consoles, jogos e acessórios são muito procurados. Americanas, Amazon e KaBuM! são os principais destinos, com vendas predominantemente online. A carga tributária média para essa categoria pode chegar a 72%.
Infoprodutos: Cursos online e materiais digitais têm crescido em popularidade. Plataformas como Hotmart e Udemy lideram as vendas, exclusivamente online. A carga tributária média é de 15% a 20%.
Produtos sazonais: Itens relacionados a datas comemorativas, como Natal e Black Friday, são muito procurados em lojas como Americanas e Carrefour, com vendas equilibradas entre online e presencial. A carga tributária média varia conforme o tipo de produto, podendo chegar a 40% ou mais.
Diante da realidade tributária brasileira, é essencial que os debates sobre medidas protecionistas, como o tarifaço de Trump, sejam conduzidos com responsabilidade e foco nos impactos reais para o consumidor. O Brasil já carrega uma das maiores cargas tributárias do mundo, e entrar em uma guerra de egos políticos só agrava a situação, criando pretextos para aumentos ainda mais severos. Essa postura não apenas penaliza o consumidor, mas também compromete a economia nacional, que depende significativamente de produtos importados para atender às demandas do dia a dia. É hora de priorizar políticas que promovam equilíbrio e acessibilidade, em vez de alimentar retóricas que prejudicam quem mais precisa.




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