Geração Z: Pressa, Ansiedade e o Vazio Disfarçado de Likes - Combinação Perigosa
- Jean Hoffmann

- 18 de jun.
- 3 min de leitura

Vivemos a era dos sonhos embalados por reels, das metas coladas no espelho e da ilusão de riqueza instantânea. A geração Z não quer apenas prosperar — quer prosperar ontem. E é aí que mora o perigo. A ansiedade por resultados imediatos, alimentada por uma overdose de influenciadores digitais, tem cultivado uma juventude brilhante, mas emocionalmente fragilizada. Queremos falar sobre isso. Sem filtros.
A cultura do atalho virou trilha sonora dos novos tempos. São os jogos online prometendo fama e premiação rápida, as apostas disfarçadas de “investimentos” e os conselhos financeiros de quem nunca pagou um boleto vencido. A realidade é outra: a busca por soluções fáceis está criando frustração em alta escala.
As redes sociais vendem vidas perfeitas com filtros, enquanto do outro lado da tela, adolescentes e jovens adultos se sentem insuficientes, inseguros e atrasados na vida. Ao seguir ídolos que parecem ter vencido sem esforço, ignoram o esforço real — e muitas vezes invisível — por trás de conquistas legítimas.

A psicóloga e pesquisadora Dra. Carol Dweck, com seu conceito de mindset de crescimento, nos alerta: quando acreditamos que nossas habilidades podem se desenvolver com esforço, aceitamos melhor o fracasso e persistimos diante dos desafios. Mas o que estamos vendo é o oposto: uma geração que evita a dor, foge do desconforto e quer a colheita sem o plantio.
E onde estão os pais nisso tudo? Muitos, por amor mal compreendido, se tornaram protetores em excesso, resolvendo cada obstáculo, sufocando a autonomia, criando filhos que pensam rápido, mas agem pouco. A psicologia chama isso de crenças limitantes herdadas: “não pode”, “não consegue”, “deixa que eu faço”. Criamos mentes brilhantes com pernas fracas para a vida.
A geração Z não é o problema. É o reflexo. É espelho de uma sociedade com medo do fracasso, que trocou o aprendizado pela recompensa imediata. E sim, boa parte da responsabilidade recai sobre pais confusos entre o que é direito e o que é dever, entre liberdade e responsabilidade.
A boa notícia? Ainda dá tempo de virar o jogo. Mas isso exige coragem para dizer as verdades desconfortáveis, promover o esforço contínuo e educar para a realidade — não para o algoritmo.
Diversos psicólogos e instituições acadêmicas vêm alertando para os impactos dessa cultura imediatista. A Universidade Stanford, por meio dos estudos da Dra. Carol Dweck, já demonstrou que o mindset fixo — a crença de que habilidades são inatas e imutáveis — está diretamente ligado à evasão diante de desafios. E é justamente esse tipo de mentalidade que vem sendo reforçado por uma sociedade que valoriza o resultado, mas não o processo.
Além disso, o psicólogo Leandro Marques da Rocha, especialista em terapias cognitivas e fundador da M. Rocha Psicologia, destaca que a Geração Z enfrenta pressões sociais e tecnológicas sem precedentes, o que tem gerado quadros crescentes de ansiedade, baixa autoestima e sensação de fracasso precoce. Segundo ele, “a comparação constante com padrões inalcançáveis nas redes sociais mina a autoconfiança e dificulta o desenvolvimento da resiliência emocional”
Em paralelo, a reportagem “Rejeição em empregos e universidades entre a geração Z”, publicada no portal Terra, e assinada por Sabrina Costa, revela como universidades e o mercado de trabalho têm se tornado fontes recorrentes de frustração para essa geração. O texto apresenta o conceito de “rejeição coletiva”, cunhado pela escritora Delia Cai, para descrever o sentimento de inadequação vivido por jovens que, mesmo com boas formações e expectativas elevadas, enfrentam uma sequência de “nãos” — seja em processos seletivos, universidades ou relacionamentos. Segundo Cai, “nunca os jovens adultos tiveram tanto acesso a possíveis ‘sins’. E, ao mesmo tempo, nunca ouviram tantos ‘nãos’ com tanta frequência”
Fonte - sites: Terra, Minha Vida, M ROCHA Psico
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