Como Prosperar Num País Que Não Ajuda Seu Povo?
- Jean Hoffmann

- 11 de nov.
- 3 min de leitura

O Brasil vive um paradoxo cruel: enquanto o povo trabalha como nunca, o governo parece caminhar na direção oposta da prosperidade. A promessa de um país mais justo e próspero se dissolve diante de uma realidade marcada por gastos públicos excessivos, corrupção, endividamento populacional e serviços públicos precários. A pergunta que ecoa nas ruas, nas redes e nos lares é simples e dolorosa: como prosperar num país que não ajuda seu povo?
Mas é preciso esclarecer: ajudar o povo não é dar dinheiro, é dar condições para que ele prospere. Quando se fala em apoiar o homem do campo, por exemplo, não se trata de plantar por ele, trata-se de garantir acesso a crédito justo, insumos acessíveis, infraestrutura logística e segurança jurídica para que ele possa produzir com dignidade e competitividade. O mesmo vale para o pequeno empreendedor, o estudante, o trabalhador urbano: prosperidade exige estrutura, incentivo e respeito.
Sem isso, o que se vê é um ciclo vicioso de dependência estatal, onde quase metade da população vive à base do assistencialismo, enquanto os que ainda conseguem produzir sustentam um sistema ineficiente, caro e injusto. E nesse cenário, a esperança de um futuro melhor vai se esvaindo, sufocada por políticas públicas que não promovem crescimento, apenas sobrevivência.
Um Estado Que Consome Mais do Que Produz
Segundo dados recentes, a dívida pública brasileira atingiu 90,5% do PIB, segundo metodologia do FMI. Isso significa que o país está gastando mais do que arrecada, e quem paga essa conta é o cidadão comum, aquele que já lida com juros altos, inflação persistente e salários que mal acompanham o custo de vida.
O governo atual, apesar de prometer responsabilidade fiscal, mantém déficits consecutivos e amplia programas de transferência de renda sem contrapartidas estruturais. Quase metade da população depende de algum tipo de assistencialismo, o que revela não apenas a fragilidade econômica, mas também a ausência de políticas que promovam autonomia e crescimento sustentável.
O Peso da Corrupção e da Má Gestão
Casos recorrentes de corrupção corroem a confiança nas instituições. O dinheiro que deveria ir para saúde, educação e segurança acaba desviado ou mal aplicado. O resultado é visível: hospitais sucateados, escolas sem estrutura, ruas inseguras e uma população cada vez mais descrente.
O Brasileiro: Guerreiro, Mas Exausto
Dizem que o brasileiro é guerreiro. E é verdade. Trabalha mais horas, empreende com criatividade, estuda com esforço e ainda encontra tempo para sonhar. Mas até o guerreiro mais valente precisa de esperança. E é justamente isso que está se perdendo: a esperança de um futuro melhor.
Com políticas de austeridade que cortam investimentos essenciais, preços subindo e o dinheiro cada vez mais curto, muitos se perguntam se vale a pena continuar lutando. A sensação de estagnação é real, e o medo de retrocesso é palpável.
Prosperidade Requer Parceria
Prosperar não é apenas uma questão de esforço individual. É preciso um ambiente que favoreça o crescimento, que incentive o empreendedorismo, que valorize o trabalho e que ofereça serviços públicos de qualidade. Sem isso, o brasileiro continuará sendo herói, mas um herói sem recompensa.
A parceria que um povo espera de uma democracia não é assistencialismo seletivo, mas um governo que olhe por todos, e não por classes. Um governo que reconheça que cada cidadão está fazendo sua parte para prosperar e oferecer o melhor à sua família. Não existem vítimas de sociedade quando a justiça é justa, e o Estado é exemplo de lei e ordem.
Num país onde o povo não se sente seguro para crescer, ele fará o que for possível para proteger os seus, e infelizmente, onde os governantes não dão exemplo, a criminalidade se torna uma escolha racional para muitos. O Brasil de hoje está longe de ser o país que qualquer cidadão sonha em viver. E é preciso reconhecer: grande parte dessa realidade é responsabilidade do próprio eleitor, que escolhe governantes corruptos, movido por promessas de favores e benefícios pessoais.
A grande questão é: existe saída para essa situação? Talvez sim, mas com muito custo, sacrifício e anos de reconstrução. A outra pergunta é ainda mais profunda: quem está disposto a atravessar terras áridas para alcançar o oásis?




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