As 5 ações que mais desvalorizaram na bolsa de valores brasileira.
- Jean Hoffmann

- 9 de abr.
- 3 min de leitura

O aumento da taxa SELIC tem provocado impactos profundos no mercado financeiro brasileiro, especialmente nas empresas listadas na bolsa de valores. Com os juros em alta, o custo do crédito para as empresas se eleva, reduzindo suas margens de lucro e tornando suas ações menos atraentes para os investidores. Paralelamente, a renda fixa desponta como uma opção mais segura e rentável, resultando em uma migração significativa de recursos para esse segmento.
Esse movimento leva a uma desvalorização ampla no mercado acionário, com setores altamente dependentes de crédito, como o varejo e a construção civil, sofrendo perdas mais acentuadas. Por outro lado, empresas com maior diversificação internacional ou menor necessidade de financiamento conseguem mitigar parte dos impactos. Ainda assim, o efeito combinado de menor liquidez na bolsa e aumento da atratividade da renda fixa reforça o desafio para o mercado de ações em um cenário de juros elevados.
O aumento da taxa SELIC exerce um impacto significativo nas ações de empresas brasileiras, sendo um fenômeno que envolve uma análise detalhada de diversos fatores. A alta da SELIC afeta diretamente o mercado de ações, principalmente pelos seguintes motivos:
Custo de crédito elevado: As empresas enfrentam maiores despesas para financiar suas operações, o que reduz suas margens de lucro e consequentemente leva à desvalorização de suas ações.
Atração pela renda fixa: Com juros elevados, as opções de renda fixa tornam-se mais atrativas, resultando em uma migração de investidores que reduz a demanda por ações.
Desaceleração econômica: A alta dos juros diminui o consumo e os investimentos, impactando negativamente os resultados financeiros das empresas e, por consequência, seus valores de mercado.
Setores como o varejo e a construção civil, que possuem maior dependência do crédito e do consumo interno, são particularmente vulneráveis a essas mudanças. Por outro lado, empresas com operações internacionais ou menor dependência do mercado doméstico de crédito tendem a ser menos impactadas. Esse cenário de juros elevados reforça a necessidade de análises mais precisas para entender o desempenho das ações ao longo desse período.
As 5 empresas listadas na bolsa de valores que tiveram a maior desvalorização no último ano.
Desde 2024, algumas ações de empresas brasileiras enfrentaram quedas significativas na bolsa de valores. Entre as mais impactadas estão:
Azul (AZUL4): Queda de aproximadamente 74,74%. Essa desvalorização foi causada pelo aumento dos custos operacionais, incluindo combustíveis e manutenção, fortemente influenciados pela alta do dólar. Além disso, a demanda por viagens aéreas sofreu com a inflação, juros elevados e o enfraquecimento do poder aquisitivo dos consumidores.
Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3): Apresentaram desvalorizações de 68,52% e 62,18%, respectivamente. O setor educacional enfrentou uma combinação de desafios, como a redução no número de matrículas, alta taxa de inadimplência e lenta recuperação econômica. A crescente competitividade de cursos online também pressionou os resultados.
Magazine Luiza (MGLU3): Registrou uma queda de 64,56%, impactada pelo aumento da taxa SELIC, que encareceu o crédito ao consumidor e desestimulou o consumo. A empresa também enfrentou intensa competição no setor de e-commerce, o que afetou suas margens de lucro.
Carrefour Brasil (CRFB3) e Assaí (ASAI3): Apresentaram quedas de 57,82% e 57,31%, respectivamente. O setor de supermercados foi prejudicado pela alta dos custos logísticos e operacionais, além da desaceleração no consumo devido à inflação.
MRV (MRVE3): Sofreu uma desvalorização de 53,83%. A construtora foi impactada diretamente pelo aumento das taxas de juros, que encareceram os financiamentos imobiliários e reduziram a demanda por imóveis.
Essas quedas refletem fatores macroeconômicos como inflação, alta do dólar e elevação das taxas de juros, além de desafios específicos enfrentados por cada setor. Esse cenário ressalta como as condições econômicas globais e locais podem influenciar drasticamente o desempenho das ações no mercado.
Investir no mercado financeiro exige mais do que a busca por rentabilidade imediata; demanda compreensão, planejamento e paciência. Para aqueles que priorizam ganhos de curto prazo, o risco de perdas significativas pode ser elevado, especialmente diante de cenários econômicos instáveis, como a alta da taxa SELIC. Cada movimento no mercado financeiro está sujeito a fatores externos que nem sempre são previsíveis, reforçando a importância de uma abordagem estratégica.
O mercado de ações, no entanto, pode se tornar uma poderosa ferramenta de construção de patrimônio a longo prazo, sendo uma fonte consistente de renda e até mesmo uma base sólida para uma aposentadoria. Com foco em investimentos fundamentados e diversificados, é possível transformar oscilações do mercado em oportunidades de crescimento. Ao analisar setores, entender o contexto econômico e escolher empresas com potencial de valorização sustentável, o investidor pode construir um plano que transcende a volatilidade do curto prazo.
Por isso, investir no mercado de ações deve ser visto como uma jornada de longo prazo, guiada por conhecimento e paciência, e não apenas como uma corrida por retornos rápidos. Afinal, a verdadeira prosperidade está na construção de um futuro financeiro sólido e resiliente.




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