A importância de escolher a profissão certa para acertar nas finanças.
- Jean Hoffmann
- 2 de mai.
- 4 min de leitura

Nos tempos onde a tecnologia avança a velocidade da luz, como escolher a profissão certa?
Metade dos jovens escolhe uma carreira sem conhecer a profissão.
Escolher uma carreira é uma das decisões mais importantes da vida, mas muitos jovens fazem essa escolha sem conhecer a fundo a profissão que pretendem seguir. Uma pesquisa realizada pela Universidade Anhembi Morumbi, com 18.477 alunos do 3º ano do ensino médio na cidade de São Paulo, revelou que 59% desses estudantes já decidiram qual carreira querem seguir. No entanto, entre aqueles que já fizeram sua escolha, menos da metade (46%) teve algum contato real com a profissão. Além disso, 27% dos estudantes ainda têm dúvidas sobre o mercado de trabalho, sobre como a profissão funciona na prática e se realmente será a área que desejam exercer.
Influências na Escolha Profissional
A influência dos pais na escolha da carreira é evidente na predominância de profissões tradicionais, como medicina, direito, arquitetura e urbanismo, engenharia civil e administração. Profissionais de recrutamento destacam que, além da família, a opinião dos amigos também pesa na decisão dos jovens. No entanto, os pais ainda exercem um papel fundamental, já que, em muitos casos, são eles que financiam os estudos superiores.
Outro fator que impacta a escolha profissional é o modismo. Algumas carreiras ganham destaque em determinados períodos devido à alta demanda no mercado, mas podem perder relevância ao longo dos anos. Um exemplo disso foi o crescimento dos cursos de hotelaria e turismo, que atraíram muitos estudantes em um período de expansão do setor, mas que depois enfrentaram um mercado saturado.
A Importância do Autoconhecimento
Especialistas recomendam que os estudantes conciliem aptidões e interesses ao escolher uma profissão. Afinal, influências externas e tendências de mercado podem mudar, mas no fim das contas, será o próprio jovem que passará oito horas por dia trabalhando na mesma área.
Uma estratégia eficaz para evitar frustrações futuras é compreender o próprio perfil comportamental. Isso pode ajudar o jovem a identificar áreas de maior afinidade e, com o tempo e experiência, desenvolver novas habilidades ou até mesmo aprimorar aspectos que não são seu ponto forte.
Além disso, testes vocacionais, mentorias e experiências práticas, como estágios e conversas com profissionais da área, podem ser fundamentais para uma escolha mais assertiva.
O Papel da Educação na Escolha Profissional
A pesquisa foi realizada com 10.162 mulheres e 8.315 homens, sendo 66% da rede privada de ensino e 34% da pública. No entanto, estudos mais recentes indicam que 82% dos jovens brasileiros enfrentam dificuldades para escolher uma carreira profissional, o que reforça a necessidade de orientação vocacional e maior acesso a informações sobre o mercado de trabalho.
Projetos como feiras de profissões e programas de orientação de carreira têm sido implementados para ajudar os estudantes a tomar decisões mais informadas. Algumas instituições oferecem imersões em ambientes acadêmicos e interações com profissionais, permitindo que os jovens conheçam melhor o dia a dia das diferentes áreas antes de fazerem sua escolha.
Profissão e prosperidade financeira
Escolher uma profissão alinhada aos interesses e aptidões pessoais pode ser um dos fatores determinantes para a estabilidade financeira. De acordo com um estudo da Universidade Anhembi Morumbi, jovens que têm maior contato prévio com a carreira escolhida tendem a se sentir mais seguros e engajados, o que impacta diretamente sua trajetória profissional e financeira. Profissionais que exercem atividades que lhes proporcionam satisfação e propósito demonstram maior produtividade, crescimento na área e melhores oportunidades de remuneração. Além disso, a motivação no trabalho influencia diretamente a tomada de decisões financeiras, favorecendo investimentos conscientes e planejados.
Por outro lado, quando a escolha da profissão é feita apenas por necessidade econômica, sem afinidade com a área, há maior risco de frustração e instabilidade. Estudos indicam que a insatisfação profissional pode levar a gastos impulsivos e compensatórios, como compras excessivas ou investimentos pouco estratégicos, numa tentativa de minimizar o estresse da rotina. Assim, considerar fatores como realização pessoal, desenvolvimento de habilidades e expectativas futuras na escolha de carreira pode ser essencial para garantir prosperidade financeira a longo prazo.
Desigualdades sociais e a falta de investimento do setor privado
Fatores sociais e econômicos desempenham um papel crucial na escolha profissional, influenciando desde as oportunidades disponíveis até as aspirações individuais. A desigualdade social, por exemplo, pode limitar o acesso a determinadas carreiras, tornando opções mais acessíveis, como cursos técnicos ou profissões com menor exigência acadêmica, mais comuns entre grupos menos favorecidos. Além disso, a influência familiar e cultural molda expectativas sobre quais carreiras são consideradas viáveis ou prestigiosas.
O contexto econômico também impacta diretamente essa decisão. Em períodos de crise, muitos jovens optam por áreas com maior estabilidade financeira, enquanto setores emergentes podem atrair profissionais devido ao potencial de crescimento. A orientação profissional e o acesso à informação são fundamentais para equilibrar essas influências e permitir escolhas mais alinhadas com aptidões e interesses pessoais
A conclusão que podemos ter é que escolher uma profissão sem conhecer a realidade do mercado pode levar a frustrações e mudanças de curso ao longo da vida acadêmica e profissional. Por isso, é essencial que os jovens busquem informação, autoconhecimento e experiências práticas antes de tomar essa decisão. Afinal, uma escolha bem fundamentada pode garantir maior satisfação profissional e sucesso na carreira.
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